26 outubro, 2011

Pôster SEMIC PUCPR 2011 de Marcela Yokota

SEMIC-PUCPR 2011

Os alunos de PIBIC, Marcela Yokota, Vinicius Pons, Felipe Banali e Maria Roberta Araujó, que fazem parte do Grupo de Estudos apresentaram seus resultados de pesquisa de 2010-11.

16 setembro, 2011

Ciclo de Estudos sobre Habitação

O Ciclo de Estudos sobre Habitação deu a largada para novas frentes de pesquisa e a discussão sobre os temas:

O Conjunto Habitacional Nossa Senhora da Luz, por Tamiris Cunha Vaz;
Os Planos Municipais de Habitação de Interesse Social, por Felipe Henrique Banali;
Os Planos Municipais de Habitação de Interesse Social, por Eduardo Rosa Moreira;
Estado da Arte da Produção Científica Brasileira de Habitação de Interesse Social, por Delma Angelina Caris e Gabriela Fedrizzi Varela.


Ciclo de Estudos sobre a Grande Curitiba

O Centro de Estudos Políticos e Culturais Ernesto Che Guevara realizou nesta quarta-feira, dia 14 de setembro, mais um encontro sobre a Grande Curitiba.

Este encontro teve como tema os Planos de Habitação na Grande Curitiba. Duas apresentações deram início ao encontro:
  • Diagnóstico de necessidades habitacionais e desafios a serem enfrentados nos planos municipais e estadual de habitação de interesse ocial: dos conteúdos técnicos ao controle social, por Clarice Metzner - assistente social, integrante da Câmara Técnica de Direito à Cidade do CRESS/PR,
  • Planos municipais e estadual de habitação de interess social e Planejamento Urbano, por Tomás Moreira - arquiteto urbanismo, professor do Programa de Pós-graduação em Gestão Urbana e do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
O debate girou em torno, por um lado, da importância e do papel dos Planos Municipais de Habitação de Interesse Social da Grande Curitiba e do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná: o parorama, os processos, as necessidades e os desafios da Região Metropolitana; e, por outro lado, as dados reais atuais e projeção de Curitiba e da Região Metropolitana, a demanda da COHAB e as ocupações irregulares, ao redor de 61,7 mil domicílios.

Diversas questões foram colocadas pelos participantes presentes, no que diz respeito ao planejamento e gestão do poder público para o enfrentamento da problemática atual da habitação na Região Metropolitana de Curitiba.

20 junho, 2011

Democracia real já e o valor das manifestações sociais

Vamos dar valor as diversas manifestações sociais presentes nestes dois últimos meses em Curitiba, aos seus objetivos, aos seus significados e as suas reivindicações. As diversas manifestações ocorridas na esfera pública são fruto da articulação de atores dos movimentos sociais na busca pela visibilidade de suas pautas e, claro, de reinvidicação e pressão política, já que não encontram nem suas demandas pautadas nas políticas públicas nem em espaços de dialogos efetivos.

As diversas reivindicações contemporâneas presentes marcam a necessidade de novas pautas políticas para a sociedade em geral, como foram a 'marcha da liberdade', a 'marcha dos catadores', a 'marcha da legalização do cultivo da maconha', além do 'dia do skate'.

Frente as diversas manifestações qual o nosso papel? qual o seu papel? São diversos: participar, divulgar, apoiar ou até mesmo contestar, mas sem dúvida nenhuma lutar por uma democracia real já.

por Tomás Moreira




27 abril, 2011

Monotema da paisagem paulista: cana, eucalipto, condomínio fechado e graal

Que o tempo faz a gente mais saudosista, é fato, mas a paisagem do interior de São Paulo tem mudado intensamente para além dos meus anos vividos.

De acordo com Kevin Lynch, os marcos, referenciais, cruzamentos e barreiras pontuam nossos caminhos. O percurso é o mesmo, mas o caminho mudou.

Nasci em pista simples, mas desde que o interior de São Paulo virou pista dupla, não me reconheço mais neste trajeto que anda cada vez mais enfadonho.

Não há mais sítios, encruzilhadas, atalhos de caminho de terra, referenciais que eu julgava eterno: depois daquele cafezal, antes daquela construção antiga, assim que você passar o posto que só tem naquela cidade... Tudo virou cana, ou quanto muito uma plantação de eucalipto que mais parece soldado em quartel. Quando a cidade acaba então... só condomínio fechado!!!  Caso você tenha fome, é o mesmo posto graal com o mesmo salgado e o mesmo banheiro o percurso inteiro. Uma paisagem cada vez mais homogênea e chata.

Há muito tempo aprendi que a riqueza está na diversidade. E apesar do estado de São Paulo ser o mais rico do país,  só vejo sua paisagem empobrecer cada vez mais.

Apesar do monotema: cana, eucalipto, condomínio e graal, o fim do caminho compensa com o bolo de fubá e goiabada que só existe na casa da minha mãe.

por Gisela Leonelli

10 abril, 2011

A Irregularidade Fundiária de Municípios da Região Metropolitana de Curitiba

A realidade do Município de Rio Branco do Sul na Região Metropolitana de Curitiba é um dos exemplos marcantes da problemática fundiária. Dos 74 loteamentos existentes no município, sem anunciar os loteamentos clandestinos, apenas um é aprovado em nível municipal e estadual, devido às questões ambientais. Um município praticamente irregular, essa é a relidade de muitos municípios na região e no país.


Fotos: Tomás Moreira

por Tomás Moreira

04 abril, 2011


Pobreza, constrangimento urbano e a vergonha alheia

Hoje acordei feliz da vida para uma segunda-feira repleta de atividades, mas com boas previsões na semana. Cantarolava indo para PUC quando, mais uma vez, a mesma cena de constrangimento se repetiu.
Era uma manhã iluminada, até que com raios de sol para os padrões curitibanos, e com pouco trânsito, já passava das 9:00 horas. Eu parei no farol da Av. das Torres, quando eu vejo dois homens proseando e caminhando pela calçada, normalmente. Estavam vestidos com simplicidade, tinham a pele marcada pelo sol e trocavam uma conversa matinal no ritmo lento de seus passos. Um parecia ter uns quarenta e poucos anos e o outro já ter passado dos cinqüenta.

De repente, o barulho de uma freada brusca, um carro de polícia estaciona rapidamente e saltam dois fardados com arma em punho. Na hora, os dois homens colocam suas mãos pra cima, tentando entender o que acontecia, mas respeitando a “autoridade”.  Obviamente foram vistoriados da forma mais agressiva e desrespeitosa.

Fiz questão de parar o carro e ver até onde aquilo ia dar. Em nada, óbvio. Apenas no imenso constrangimento. Qual o motivo de serem abordados? “Eram suspeitos”. Foram vistoriados porque eram pobres, simples assim.

Os guardas se foram e os dois voltaram a caminhar com os rostos afundados no chão, querendo desaparecer na paisagem.

Minha manhã foi inundada por uma vergonha imensa por pagar impostos para ter este tipo de policiamento e mais uma vez passar por este constrangimento urbano: do pobre ser sempre suspeito. Suspeito de nem saber do quê, nem eles e nem os policiais. Agora, me digam: quem roubou a manhã de quem?

por Gisela Leonelli

23 março, 2011

Sociedade Urbana Brasileira, urbanizada: verdadeiro ou falso?

No dia mundial da água, devemos nos questionar sobre as condições de nossa sociedade urbana e suas condições de urbanização.

Estamos muito longe para falar de uma sociedade urbana brasileira urbanizada. Esta é a nossa realidade hoje, 2011. Pautam cada vez mais que estamos vivendo numa sociedade de rede, mas como isso ocorre se ainda estamos numa sociedade nada urbanizada se verificarmos os dados do IGBE, de 2010, com relação as questão de saneamento básico?

Na média, somente 62,6% dos domicílios urbanos brasileiros têm acesso a rede de água, esgoto e a coleta de lixo. Focando as regiões brasileiras, a desigualdade é grande assim como entre as classes sociais. Quanto menor o rendimento familiar, mais precário é a situação em termos de acesso a saneamento básico. Na região Sudeste, os domicílios apresentam a melhor situação do país: o índice nesta região é de 85,1%, bem acima da média geral. Em oposição, temos a região Norte, onde apenas 13,7% do total dos domicílios tem acesso aos serviços simultâneos de saneamento – baixando para 10% nos domicílios mais pobres. As regiões Sul e Centro-Oeste e Nordeste apresentaram índices de 62%, de 40,7% e de 37%, respectivamente, de acesso simultâneo aos três serviços de saneamento.

Como reverter essa situação, em especial à prestação de serviços essenciais aos setores mais vulneráveis da sociedade? Somente enfrentando esta situação poderemos nos situar em qual sociedade urbana vivemos.

                           por Tomás Moreira

22 março, 2011

“Futuros imaginários”: ano novo Facebook

Curitiba comemora ano novo depois do Carnaval. É onda? É imaginação? Não, é facebook. Um aglomerado de pessoas fez parte de uma das maiores mobilizações espontâneas, já vista na cidade de Curitiba.

The Facebook Effect, segundo o jornalista norte-americano David Kirkpatrick, conseguiu algo histórico na cidade, ao reunir aproximadamente 9 mil pessoas para comemorar, na Praça da Espanha, o reveillon fora de época. O evento foi um sucesso, inédito no tocante de mobilização pela internet, nesta sexta-feira, dia 18 de março.

Presenciamos: facebook deu aos usuários controle suficiente sobre suas informações. Seus impactos são imprevisíveis, ninguém controla sua dimensão, mas todos sabem a força e a capacidade de comunicação e mobilização.

Estamos vivendo um processo da “sociedade urbana” em que todo mundo produz muito mais informações coletivas e sobre si mesmos, onde a maioria das pessoas não se sente mais desconfortável em compartilhar parte dessas informações.

Sim! Nós estamos compartilhando muito mais informações e construindo novas formas e contextos de relações sociais, que interferem nas estruturas da nossa sociedade urbana.

A funcionalidade da comunicação em rede marcou seu fato na cidade, esperem pelas próximas investidas!!!!

                               por Tomás Moreira

16 março, 2011

Audiência pública do metrô de Curitiba deixa a desejar


A implementação do metrô de Curitiba é de interesse de todos. A proposta de construção não é de hoje, o tema já esta no ar há mais de um ano. Grande parte das discussões esta baseada numa visão dualista: favor ou contra o metrô em Curitiba. Entretanto, a discussão tem que ser mais aprofundada.


Sua implementação ocorrerá exatamente na linha, já existente, do biarticulado norte-sul, Santa Candida - Capão Raso. É certo que o sistema atual já está saturado e não comporta mais a demanda atual por transporte público. Contudo algumas questões necessitam ser pautadas: sua implementação tem que ser sobre a linha existente do biarticulado, eixo estruturante da malha de transporte público da cidade? O metrô não poderia ser um modal complementar a linha do biarticulado existente, ampliando a capacidade de demanda e diversificando os meios de transporte? Nunca foi apresentada uma alternativa diferente de implementação do metrô, no que diz respeito à localização e tipologia da construção, ou pelo menos uma amostra das vantagens desta linha sobre outras localidades.


A expectativa da construção do metrô é grande e as discussões em torno do tema têm se intensificado. Segundo o governo, a construção do metrô deverá começar dentro de um ano e sua previsão de conclusão é de quatro anos, desde que financiada pelo PAC da Mobilidade.


Uma questão preliminar para se avaliar a viabilidade deste projeto de implementação do metrô é: onde está a maior demanda não atendida pelo transporte público? O investimento em transporte público é prioritário nos eixos onde ele já é existente, ou em outras áreas? A única opção é de metrô subterrâneo ou poderia ser com modelos unicamente de superfície? Antes de se detalhar impactos de um projeto específico, deveria ser justificado o porquê deste projeto, com esta tipologia e nesta localização.


A base de um Estudo de Impacto Ambiental é fornecer estudos de tipologias e localizações diferenciadas para se avaliar o que terá maior viabilidade ambiental, sócio-urbanística e econômica e não defender uma única proposta com tipologia e localização já pré-determinadas.


Mesmo se a melhor alternativa quanto à tipologia e localização for a apresentada na audiência pública, era fundamental mostrar os impactos urbanísticos de maior destaque e que não foram abordados, como: valorização imobiliária do entorno imediato, impacto nos usos lindeiros e sua manutenção ou alteração; vulnerabilidade associada aos processos de ocupação e fixação territorial, bem como as medidas mitigadoras ou compensatórias sobre os impactos urbanísticos.


Esperamos que a audiência de ontem tenha sido um dos fóruns de discussão pública e não apenas uma peça formal de validação de um projeto tão importante para os curitibanos. A questão não é ser a favor ou contra o metrô, mas sim: que metrô, em que local e para quem?

                             por Tomás Moreira e Gisela Leonelli